Miro (Valdemiro Matose - 1965-2002)
De 8 à 20 de Fevereiro de 2010
Local : Centro Cultural Franco Moçambicano
[Pego-me com o coração, zango-me com o corpo Mas não faço mal àquela que adoro]
Estes versos de Paul Éluard, grande poeta francês e enorme impulsionador do movimento surrealista, definem, a meu ver, tudo quanto tinha e era o MIRO: um enorme coração, não dava muita importância às coisas terrenas e tinha uma desmedida, terna e protectora paixão pela Arte.
Comecei a acompanhar o seu trabalho criativo a partir de meados dos anos oitenta do século passado e cedo pude notar as qualidades notáveis daquele jovem alto e magro,tímido,introvertido,mas com um trato muito afável e sempre disponível para ouvir uma opinião ou para pedir um livro que pudesse ler sobre diferentes assuntos que ,então,o interessavam. Como se pode ver em algumas das suas obras,os livros também eram companheiros inseparáveis deste nosso amigo.
A década de noventa revelou um pintor incansável e intenso nas suas propostas artísticas, mostrando caminhos e ideias em clara ruptura com o que se vinha fazendo nas Artes Plásticas em Moçambique.
O nosso pequeno,mas naquela altura exuberante, mercado da arte encarregou-se de o destacar colocando todos os seus trabalhos nas mãos de coleccionadores rendidos às faculdades únicas do seu talento.
O MIRO aproximou-se das estrelas e por lá quis ficar.
Nós, aqui em baixo, continuamos a vê-lo como um dos maiores nomes da Pintura Moçambicana Contemporânea.
Obrigado Amigo.
Álvaro Henriques
Texto e imagem retirados aqui
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