julho 28, 2007


ESTA ESTRUTURA SURGE
  • Precaridade das Propostas e projectos Artisticos.
  • Precaridade Criativa dos grupos e Artistas envolvidos
  • Submissão dos Artistas em relação aos projectos precários.
  • Falta de Verdade/Liberdade criativa dos Artistas em relação as agendas e projectos precários
  • Ausência fisica do Autor nos debates artisticos e seu posicionamento em relação a precaridade dos encontros realizados.

Trabalho de Jorge Dias, realizado com alguma precaridade com apoio Humano do MUVART, alguns integrantes do projecto Identidade e do CCFM

N.B: Sem apoio da ENAV

( Texto escrito na cartolina amarela que se vê na foto )


Quinta feira, 26 de Julho, por volta das 18 horas, em plena Av, Karl Marx esquina com Av. Ho Chi Min, vejo jovens carregando tabus, latas, mochilas e um apenas acompanhar o movimento com um click da sua camera digital, registando os momentos (documentar a história).

Sexta-Feira, 27 de Julho, no final de mais uma aula alegre do professor César Cumbe, tento apreciar as obras que circundam este espaço cultural. Algo de novo esta ali colocado, a obra de Jorge Dias, uma cartolina amarela e uma rabisco a cor azul, e um boneco mostrando um sorrizo disfarçado completo, a obra onde a cor vermelha ganha espaço (dôr, sangue...).

Alimento-me do texto, 2 vezez, 3 vezes,...um contacto telefónico com artista, retira as minhas inquietações, tudo fica.

Jorge Dias, não só usa as palavras para reevindicar, diz um não, com suas tábuas atadas com plástico, usa o vermelho para uma chamada de atenção da dôr que o atinge. Recusa ser submisso, aos que adoram assambarcar valores (dinheiro) a custa de amizade ou esboços de projectos que de conteúdo não nos dizem nada.

O grito de Jorge Dias não se limita nas artes plásticas, cá por mim pergunto-me quantas ideias boas e novas estão arrumadas em gavetas porque os seus autores não aceitaram ser cúmplices ou integrar nos planos das chamadas comissões.

Porque aderir, enriquecer o preguiçoso, assambarcador, abutre que quer viver do sangue do outro e sobrevoa sempre no topo a espera do búfalo ferido.

Espero que este grito tenha um ECO abrangente, que chegue à outras esquinas onde a precaridade e a submissão é uma táctica dos amigos do além.

Agora percebo, o porque do N.B: Sem apoio da ENAV, lindo exemplo de não submissão, nem imposição. Espero que muitos de nós, em particular os artistas plásticos possam enteder este grito, pois é para o bem do artista e do movimento cultural no país e além fronteiras...a verdade deve ser dita.

julho 27, 2007

REFLEXÕES E IDEIAS

Mulher
Dentes de pente de pau preto
Sobre Unitex pintado a tinta de óleo
246 x 123 cm
2007

Reflexões e Ideias....

Por uma mensagem via telemovel, sou convidado a assistir a exposição da jovem Anésia Manjate no Museu Nacional de Arte,

... Confirme a presença...assim terminava a mensagem. E eu, de outro lado sem crédito, não respondo a mensagem, mas convicto e alegre em saber em terem lembrado de mim, um amador das artes plásticas. Alias, esta felicidade centrava-se no reconhecimento e na recuperação do tempo perdido, durante a minha ausência neste círculo da arte...

Um juízo de valor (o que é mau) faço sobre o que será a exposição de Anésia Manjate. Falo comigo mesmo adiatando que serão cerâmicas artísticas lindas, esfumadas, ou melhor uma mistura do castanho e o preto, que numa breve leitura diria que Anésia na sua pesquisa, encontra-se consigo mesmo, desta vez confesso que me precipitei e me enganei.

Dia 19 de Julho, atrasado mas presente, deparo-me com trabalhos totalmente diferentes dos que conheço na linha da artista. Descobri que nestas assim como nas outras, a artista se basea em diferentes construções da realidade e coloca-se no lugar do “EU” assumindo o papel do “OUTRO”. Esta, responsabilidade, possibilita a artista a conhecer o INTERNO da vida social em que apresenta na exposição como sendo um estudo do povo Changana.

Em Reflexões e Ideias, Anésia Manjate cria e convida-nos ao seu espaço para um debate sem censura, procurando enfatizar a sua pesquisa a busca do seu EU, contornando o que muitos chamariam de barreiras, mas ela optimista que é, caminha levando consigo a “ tradição” com a qual dá uma outra leitura no espaço contemporâneo. A preocupação pelo bem estar do ser Humano é a sua luta, contudo destaca a mulher

Por mim, retiro o juízo de valores ou melhor, o rótulo que permanecia na minha mente, de que a Cêrâmica é o espaço onde Anésia se exprime e comunica melhor...imensas desculpas para comigo mesmo...

Anésia suas obras são lindas...tenho a certeza que a obra Mulher já tem dono. Será que no final da exposição estará numa das paredes do Ministério da Mulher e da Acção Social?


De verde, Julieta Massimbe, directora do Museu Nacional de Arte, Mestre Malangatana, atentos à Ministra da Mulher e Acção Social, Virgília Matabele, comentado a obra, Mulher (veja foto da obra, no inicio do texto).