agosto 04, 2007

MAJESCORAL E AMIGOS...

Maestro Augusto Gamaliel (Gama)

Atrasado como sempre, apenas perdi a abertura do concerto e a primeira composição N`wa Mpflula (chuva) no concerto que o grupo Majescoral chamou de Mikhamba (Raízes em Bitonga) naquela noite de 6ªfeira, 3 de Agosto de 2007, no Centro Cultural Franco Moçambicano.

Quando se chega tarde, a dificuldade é enorme pois a localização de um lugar ideial se torna difícil. O atrasado só incomoda os que já estão sentados e concentrados, foi o meu caso infelizmente.

Das 16 canções programas para o Mikhamba, o grupo foi obrigado a apresentar a canção Gungunhane, a qual não fazia parte do repertório. Também me juntei a plateia que gritava Gungunhane...Gungunhane...Gungunhane...Gungunhane...felizmente, sem demoras os gestos do maestro Gama deram o sinal para o arranque do cântico.... Gungunhane.

Cânticos espelhando o dia a dia da nossa sociedade, nomeadamente, a importância da chuva, as brincadeiras das crianças, a importância da educação, o casamento, a paz, o amor, as crenças tradicionais, o cantar dos animais (a rã), obedeceram uma coreografia que também serviu para lembrar alguns dados da geometria(?), as linhas paralelas, semi circulos, diagonais, o triângulo.....

Para animar a festa algns amigos do grupo estiveram presentes nomeadamente : a bailarina e coreografa Maria Helena Pinto, Chico António, Stewart Sukuma, Alvim Cossa para juntos florirem o palco numa combinação de Som, luz e movimento.

Chico António de Guitarra

Chico António, um dos convidados, manteve-se no canto como podemos ver na foto acima, fez o seu pedido a Maria, prometendo que juntos iriam cultivar a mandioca e que a vida iria melhorar, bela composição.

Stewart Sukuma de guitarra e Arnaldo Luís ao microfone

A Stewart, a plateia dividia-se, uns pediam Julieta e outros Felizmina, o artista sorrindo apresentou Tingalava ni matlari ya ndzilo (os barcos e a polvora), uma composição que fala dos efeitos da colonização e da necessidade urgente da reconciliação entre os povos. Porque no seu novo trabalho Stewart faz dueto com Lokua Kanza e este não esteve por perto... Stewart responsabilizou o jovem Naldo para tomar conta da parte que cabe a Lokua Kanza...confesso que não houve decepção, foi lindo ver o Naldo a pegar o microfone, a rimar ao som do dedilhar do Stewart. Numa transmissão em directo para um canal de Rádio, diria eu, que naquele concerto esteve presente Lokua Kanza...(sem exagero)

Alvim Cossa apresentando o xithokozelo

O Majescoral tem muitos amigos, levar a todos para o palco seria impossível, alias eu também faço parte da lista de amigos (?). Alvim Cossa esteve na lista dos convidados, Este aplicou o seu talento de representar e declamar para justificar a sua missão, o Xithokozelo (o superlativo absoluto da poesia)...para quem não percebia os dizeres, a expressão facial e o movimento corporal transmitiu a informação...os sortudos na plateia tinham tradutores...foi um lindo superlativo absoluto da poesia ....

Maria Helena Pinto

Quanto a Maria Helena Pinto, torna-se dificil descrever a sua apresentação...pois ainda não aprendi a fazer a leitura do movimento corporal feminino...esteve presente naquele palco,concetrou a plateia, até os barrulhentos ficaram quietos...hufff, comunicava com todos sem gritos. O jogo de luzes e o som das corristas do Majescoral que autorizavam a bailarina a se expressar...talvez as foto me ajude a descrever...

Maria Helena Pinto comunicando com a sua sombra

Uma plateia linda e preocupada...

A plateia estava preocupada com a ausência do maestro Câdindo e outros elementos do grupo...cada um fazia a sua interpretação, só ficou clarificada quando o apresentador (Osvaldo) disse que Gama era o maestro daquela noite...

No fim do concerto, Renato, representante da produtora Artegosto disse ter feito o minimo, mas os abraços de parabens não terminavam. Peguntei se adorou o comportamento da plateia, disse que não há razões de queixas e que o barrulho faz parte de animação em africa, claro que concertos do genero requere silêncio, mas acredita que as coisas estão a mudar paulatinamente.

Eu também adorei o comportamento da plateia, mas não deixaria de lamentar a atitude de alguns que do o início ao fim do concerto apenas gritavam sem necessidade, tirando a concetração de alguns convidados. Uns tiveram a gentileza de pedir que os respectivas pessoas pudessem criar um momento de pausa para uma melhor concetração e percepção dos cânticos...infelizmente nada, como resposta do barrulho desorganizado era pagamos bilhete.

Mikhamba em Fotos

Maria Helena e Augusto Gamaliel (Gama)

Tome nota I ( elas em equilibrio)

Tome nota I I ( elas e o sorriso )


Produção: Majescoral em parceria com a produtora Artegosto
Som e luz: CCFM
Produtor de Set : Adeodato Gomes

agosto 03, 2007

ARÃO LITSURE...10 ANOS DEPOIS EM CD

Já disponível no mercado nacional, a quem diga que já escutou além fronteiras, através da Rádio Moçambique no endereço www.rm.co.mz. Que bom...pelo sinal gostaram, razão do pedido como encomenda.

Como curioso, já havia escutado alguns temas do disco no rico acervo que a Rádio Moçambique possui. Há sempre curiosidade para quem quer conhecer mais, alias é atitude dos curiosos. Hoje em CD, um amigo esquece o CD comigo e até hoje ainda não devolvi, talvez devolva na semana de 20 de agosto. Enquanto isso não acontece tento agradar o meu ouvido durante a noite que nestes dias, por cá (Maputo- Moçambique) parece ser curta.

O disco que sai com a etiqueta da Mozbeat é uma proposta e aposta que o músico coloca para os que conhecem, pretendem conhecer e divulgar o seu trabalho. A apresentação deste trabalho que considero uma obra prima, é também um desafio para que os artistas optem por explorar o Estúdio Auditório da Rádio Moçambique para iniciativas do genéro, um concerto ao vivo, e provar que existem dentro da instituição técnicos e meios para o efeito.

Captada por Fernando Azevedo(e não Filipe Azevedo) no Estúdio Auditório da Rádio Moçambique em 1996, o disco tem o nome de ARÃO LITSURE 10 ANOS DEPOIS porque em 1986/87 Arão Litsure optou por dar continuidade a sua formação, o mestrado em estudos Religisos, deixando para trás o grupo que integrava (Alambique). Foram precisos mais 10 anos para tomar o balanço e editar o trabalho.

Confesso que não sei colocar som no blog, caso soubesse, evidaria poderia com autorização do músico colocar um extracto de algumas músicas que adoro, mas também correria o risco de induzir os visitantes do blog a optarem por aquilo que me anima. O CD contém 12 temas, até agora escutei apenas 8...

Esta fora de Moçambique?
Tem um amigo neste lindo Moçambique?
Então encomende: ARÃO LITSURE – 10 ANOS DEPOIS – AO VIVO, edição MOZBEAT, 2007.

PARABENS UNGULANI BA KA KHOSSA COMPLETOU MEIO SÉCULO DE VIDA ...

Soube que Ungulani Ba Ka Khossa também se chama Francisco Esaú Cossa, depois de ter lido a obra Os Habitantes da Memória, do escritor Nelson Saúte, 1998.

Como forma de dizer um parabens, optei por situar os visitantes do blog dando a conhecer a data e hora de nascimento do escritor, baseando-me no extracto de um texto que o próprio escritor escreveu no seu livro Orgia dos Loucos: Nasci às 0.45 do dia 1 de Agosto de 1957 em Inhaminga, Sofala.

Talvez o leitor esperá ao longo do texto encontrar uma biografia do autor, adianto que não irá encontrar, pois Ungulani Ba Ka Khossa afirma no mesmo livro que O resto não interessa, justifica citando Roland Barthes “Só há biografia enquanto a vida é improdutiva.Desde que produzo, desde que escrevo, é o próprio texto que se apropria (felizmente) do meu tempo narrativo. Assim optei duma forma diferente, em coro na companhia dos leitores do blog dizer PARABENS ao escritor, apresentando um texto extraído do livro Orgia dos Loucos, com o título Fábula do Futuro

FÁBULA DO FUTURO


Apesar dos seixos, dos cascalhos, das margens, tentarem raivosamente travar o movimento das águas, elas correm, límpidas, belas e, como mulheres esbeltas, saracoteiam maviosamente as ancas, deixando as margens comidas pela inveja e os seixos desprovidos de ódio.

Adiante, sempre contumazes, os troncos atiram-se às aguas tentando desviar o curso construindo com suor. Em remoínhos sonoros, vibrantes, as águas transpõem e arrastam consigo os vários obstáculos com sorriso prateado, reluzindo à superfície.

E o mar, sempre aberto, eis que a todos recebe: é o estuário que engolfa, é o delta que se atira desordenamente, é a escória que se infiltra. E nesse movimento contínuo, perene, nunca se alterou a cor das águas do mar, as suas ondas, a sua coqueluche.É a democracia na natureza

Foto do autor extraída do site:
http://www.canalmoz.com/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=11&idRec=2412

agosto 02, 2007

MAJESCORAL NO CCFM

Majescoral apresenta Mikhamba, um espectáculo de cor, movimento e luz para celebrar as nossas raízes!

Sexta-feira dia 3 de Agosto, as 20h30 no Centro Cultural Franco Moçambicano.

Entradas a 100MT.

Eu estarei lá...