dezembro 23, 2006

O MEU PRESENTE DO ANO





Entre os minutos que recebi a obra MAPUTO BLUES* através da editora Ndjira, fui folhando enquanto aguardava a chapa que pudesse me transportar para os meus aposentos. Num folhar aleatório, me concentro nas páginas 14 e 15, um poema dedicado ao Zé Flávio Teixeira “ Marrabenta para Fanny Mpfumo”.

Verso a verso, vou me familiarizando com a temática do autor. Tento rebuscar no meu acervo, os poucos registos que tenho sobre Fanny Mpfumo e de seguida salto para casa do vizinho para convence-lo a tocar os temas descritos no poema.

Vizinho alegre, imagina de imediato uma passada (que também gosto de ver pessoas a dançar), imagina num Reggae que geralmente culmina com uma cerveja...nada disso, oiço um Blues A WA SATI VALOMO tema de Fanny Mpfumo interpretado por Salimo Muhamad, ex-Simião Mazuze. Do canto da cozinha ouço o grito da dona Madalena, a mãe do simpático vizinho... repita por favor, são músicas do meu tempo. Sinto o rejuvenescer da memória da Dona Madalena. Emocionado tento com a minha voz desafinada declamar o poema que me levou a casa do vizinho “ Marrabenta para Fanny Mpfumo” (pag. 14 e 15 - Maputo Blues ), dou uma tonalidade de aprendiz curioso em recital de poesia, colocando uma voz rouca nos nomes dos músicos e os respectivos temas. Do outro lado o som da loiça desaparece, ficando apenas o agradável cheiro de amendoim que dominava a sala de visita onde rolava o disco vinil de 45 rotações, num gira disco que o vizinho contava suas tristeza e alegrias movimentado pelo som daquele “Gumba-Gumba” aguardava ordens na reserva.

Em cada verso declamado, dona Madalena improvisava uma melodia, destacando em viva voz os temas de João Wate, Alexandre Langa, Fanny Mpfumo e João Domingos.

Minutos depois, tia Madalena contou o seu passado das “farras” na então Lourenço Marques, cujo citadinos era apelidados por laurentinos...uma saudade revivida graças as composições que pude pedir ao filho para escutar em sua casa, contudo tenho que agradecer a sua “Matapa” que concetrou o meu estômago e automaticamente tinha que repitir as composições do passado que alegram o presente.

Com Maputo Blues conquistei amizade da tia Madalena.


*Maputo Blues (Poesia), autor Nelson Saúte, lançado recentemente em Maputo pela editora Ndjira.

dezembro 10, 2006

ARTE COMO TERAPIA



Actualmente caminho pouco pelas ruas desta bela cidade de Maputo. Este meu caminhar lento acompanhado pelas “canadianas”(Muletas), faz de mim um homem com muitas paragens. Enquanto repouso, os olhos vão capturando algumas imagens abstratas e reais.

Porque sou da opinião que ver, ouvir e calar é perigoso, pretendo aqui compartilhar convosco algumas das minhas leituras, começando por falar das iniciativas que vão acontecendo nesta bela cidade de Maputo, a capital de Moçambique.

Começo por destacar a iniciativa das Centrais Sindicais OTM e CONSILMO que optaram por envolver artistas (pintores, actores de teatro) e sindicatos com intuito de sensibilizar a sociedade no combate ao HIV/SIDA, com destaque no local de trabalho.

A iniciativa que escalou a cidade da Beira, provincia de Sofala, abre assim um espaço de diálogo entre os trabalhadores e empregadores em relação as políticas sobre HIV/SIDA e GÉNERO no local de trabalho.

Para ver o resultado do envolvimento dos artistas na provincia de Maputo, foi escolhido o dia 14 de Dezembro de 2006 para inauguração do murral da Escola Central da OTM sita na Rua das Flores, Matola 700.

novembro 28, 2006

O OUTRO LADO DA LIGAÇÃO

Este é
o lado submersso
não necessariamente
oposto
muito menos
antagónico
este é
o lado
terráqueo
distanciado
da religião
mas nem por isso
profano
este é
o lado humano
e sobretudo
o outro lado
da religação

Domi Chirongo

novembro 06, 2006

DESLIGADO

Era bom se
amanhecesse
neste sossego
presente
sem pensar
no futuro
nem mesmo
no castigo
que o livro
evoca
era bom
se obedecesse
minha alma
sem ter que
obedecer
as estrelas
as árvores
e as raízes
era bom se
meu coração
cantasse
a canção
de liberdade
sem ter que recorrer
aos ancestrais,
ancestrais
escondidos
no embondeiro
ou talvés
neste ar impuro...
era bom
que olhasses
p’ra mim
como humano
não escolhido
mas também
humano de bem
como o infinito!

Domi Chirongo

ESTOU PRESENTE

Caros amigos,
Estive ausente sem pelo menos dexar pelo menos um "aviso", mas porque estou de volta, pretendo alertar aos que por aqui passam/passaram.

Estive ausente devido a um acidente registado na zona centrode mocambique, no distrito de Sussundenga, provincia de Chimoio. Nao quero prometer que jamais irei deixar esta pagina sem actualizacoes, porque da ultima vez que o fiz nao cumpri com a palavra.

Obrigado a todos que por ca passam/passaram e deixaram suas contribuicoes. Obrigado especial ao Luciano Canhanga (mangole) que atraves do seu blog www.olhoatento.blogspot.com justifcou aos leitores os motivos da minha ausencia.

Por hoje rei deixar algumas contribuicoes de amigos ligados a literatura, o Domi Chirongo.

junho 16, 2006

ARTE COMO MISSÃO DA VIDA



Foi aos 10 anos que Walter Zand optou por "desviar"o dinheiro que sua avô havia lhe entregue para comprar amendoim e em contrapartida adquirir algumas "bisnagas"de acrilico para poder iniciar a sua aventura artistíca, a pintura.

Olhando para esta obra, Djepokotzo, um dos quadros patentes na exposição "Visão do Silêncio" que encerra no dia 23 de Junho no Centro Cultural Franco Moçambicano, em Maputo, nota-se a viagem que Walter Zanda pretende transformar através da pintura.

"Djepokotzo" ou "Cambalhotas" é um tripitico em acrilico sobre tela, onde encontramos o momento triste e alegre que o artista procura transmitir, eis a razão da "Visão do Silêncio".

Nesta mostra, o artista reúniu apenas alguns quadros de desenho e pintura, deixando de lado a cerâmica ( outra área do seu dominio) , com intuito de mostrar a outra face da zona suburbana que normalmente é conotada com espaço de crimes e assassinatos.

Do seu bairro super povoado, o Xipamanine, apresenta a bela paisagem da madeira e zinco, os becos donde "um bom olfacto" facilmente detecta o cheiro queimado da castanha de caju, das badjias da "tia Tereza", das "magumbas fritas para o "xikento", o "Uputsu" que junta os amigos no senta baixo onde o som dos gira-discos vulgo "Gumba Gumba" complementam o ambiente da zona.

Apreciar a mostra "Visão do Silêncio" é conhecer o trajecto e o talento artístico de Walter Zand, que se espalha na música, pintura, cerâmica e a docência das artes para as crianças, fase que também passou por ela.

junho 12, 2006

AS “MÃOS” NOS DIAS DO MUNDIAL

O já esperado momento alegre do desporto “rei” chegou, os jornalistas que dominam a área são os “intocáveis”, as actualizações na Internet variam em cada página, uns mais rápidos e outros à maneira.

Neste meu, nosso lindo Moçambique, os canais com direito de transmissão fazem tudo para agradar os seus telespectadores, os canais de rádio, com destaque para o Canal da Rádio Moçambique “RM Desporto” não deixam de lado os seus ouvintes. Os que querem chegar mais longe são os de televisão que em parceria com algumas multinacionais preferiram tornar o Mundial um acontecimento público, razão pela qual pode se ver em alguns locais de nomes históricos com telas gigantes expostas para todos pudermos assistir.

Entre os gabinetes, até em algumas salas de espera dos hospitais, o mundial esta patente, alguns pacientes esquecem até que ali estão por uma causa, a doença, animados não ouvem quando são chamados para a respectiva consulta, para momentos depois reclamarem o mau atendimento, neste caso sem razão.

Este é o momento em a maior parte dos “Meios de Comunicação Social” optam por destacar assuntos ligados ao mundial, deixando de lado “aspectos da guerra, fome …….., contudo a guerra acontece por causa do mundial, isto é, a venda de aparelhos de televisão subiu, nas famílias os Homens (chamados amantes do desporto rei) não param em casa, se param, existe uma disputa…a disputa do “remoto controlo” instrumento este que torna-se luso nesta época do Mundial 2006, porque as Mãos estão atrás dele (o remoto), as mulheres querem ver novelas alugadas, os meninos tem saudades de Tom e Jerry, uma vez que, muita das vezes a hora da transmissão do mundial, foram ensinados que depois do banho vem os desenhos animados e “zás”para a cama. São quinze horas de Domingo, as Mãos do Marido procura o remoto, as da mulher tem o remoto, e as do filho tem apenas as pilhas para que este não funcione...

Apenas uma vontade das "Mãos" nos dias do Mundial

junho 02, 2006

PRIMEIROS PASSOS

Estas coisas de prometer e não cumprir tem sido hábito do ser Humano,contudo não nos alinhamos a este defesa para justificar a nossa ausência desdea criação deste Blog "MÃOS DE MOÇAMBIQUE".
A verdade é que quando criamos o blog, esquecemo-nos da senha de acesso, e assim ficamos todos tristes pensado que teriamos perdido tudo, mas com tempo, hoje juntamos e recuperamos a senha e mais uma vez prometemos falar e mostrar o que as mãos de Moçambique fazem.

Aquele abraço....

PRIMEIROS PASSOS