Como forma de reviver a vida e obra do Escultor Moçambicano, Alberto Chissano (1934- 1994), membros da Associação Cultural Xibalakatsarte promovem um Festival de Arte a ter lugar na Galeria Chissano na Matola do 10 à 20 de Outubro de 2007.
outubro 09, 2007
DEZ DIAS, 100 HORAS, REVIVENDO CHISSANO
Apresentação de A Ciência de Deus e O Sexo das Borboletas,
da autoria de Daniel da Costa, feita pelo escritor Mia Couto
no Teatro Avenida - Maputo
Tomemos, por exemplo, um estádio de futebol. Parece tratar-se apenas de uma entidade física. Mas o estádio é muito mais do que um recinto desportivo: é uma espécie de oráculo, um altar onde desfilam esperanças pessoais e colectivas, onde nações grandes e pequenas se juntam para festejar e chorar.
Daniel da Costa inventa um estádio de futebol em que uma mulher que irrompe jogo adentro perseguindo um jogador com uma frigideira. Há aqui uma inversão de espectáculo: o estádio de futebol é geralmente transportado para o interior do nosso mundo doméstico, invade a sala de estar da família onde o homem se senta enquanto a mulher humildemente o vai servindo. Pois aqui acontece o oposto: o universo doméstico se representa no recinto do estádio, subitamente convertido num palco de teatro onde se representam e se vingam as nossas maleitas mais íntimas.
Enfim, só na aparência este livro pode ser lido como uma colecção de crónicas e contos. Há aqui a didáctica de uma nação cujo pilar principal é a sua própria diversidade. Daniel da Costa viveu essa diversidade. O nome dele devia ser corrigido. Ele devia ser: Daniel das Costas. Porque este cidadão é profundamente plural nas suas vivências. Ele está perfeitamente à vontade nas diferentes raças e tribos do nosso chamado mosaico cultural. É fácil dizer que Moçambique é composto por esse mosaico. Mas é mais difícil assumir que essa diversidade de culturas existe dentro de cada de nós. Daniel da Costa - que também é Nelson Xavier - é alguém que declara na fronteira que transporta esse contrabando dentro da sua escrita.
Este “A Ciência de Deus e o Sexo das Borboletas” retoma aquilo que é uma vocação quase esquecida na nossa literatura: a de visitar o nosso quotidiano por via de um voo muito especial que se chama ironia.
Em geral, nós rimo-nos para esquecer. Depois, acabamos chorando por lembrar demais. Mas o riso a que nos convida Daniel é um outro, quase oposto. Rimo-nos para aceitar que nós ainda não somos quem pensamos ser. Rimo-nos porque na pressa de queremos ser essa outra coisa, acabamos convertendo numa caricatura grosseira, acabamos sendo esse mesmo homem inacabado que Daniel fala do caso de um indivíduo que deixava sempre as coisas a meio. Nós estamos sempre a meio nesse processo de sermos alguém. Por muito que avancemos, falta-nos sempre a nossa outra metade.
O grande mérito de Daniel da Costa é este: nós somos sempre os seus personagens. Cabemos um pouco neles todos e, ao nos rirmos deles, estamo-nos rindo saudavelmente de nós mesmos. Esta é a terapêutica da escrita num tempo e num mundo carregado de angústias. É isto que sugerem estes textos: nós estamos doentes por nos levarmos demasiado a sério. Estamos doentes porque nos esquecemos que, dentro de nós, bate à porta um outro Eu, e esse Eu é sempre uma pessoa contraditória que sonha e que ama.
Este é um projecto assumido na escrita de Daniel da Costa. E é ele quem nos faz lembrar: o sonho e o amor são as duas únicas asas da vida.
E eu posso-vos garantir: essas duas asas estão reunidas nesta Borboleta em forma de livro.
Maputo, 13 de Setembro de 2007
outubro 07, 2007
O DESTINO É IMPREVISIVEL,MAS A APOSTA É VENCER !
O prometido é devido. O artista plástico Sebastião Matsinhe durante as comemorações do seu 10º aniversário de carreira como pintor, disse que para além de exposições individuais, colectivas estão agendadas vários programas artísticos.
Em Kunwayitana o sorriso apenas não é para quem fôr a exposição, mas sim um reencontro artistico entre Mário Tique e Sebastião Matsinhe.
Orgulhosamente Sebastião Matsinhe afirma ser fruto de Mário Tique na pintura, ele é meu mestre, dai que a exposição é dedicada a Samora Machel (Homem que admiro) e Mário Tique o mestre...”. Cada artista vai apresentar na modalidade de pintura 12 obras.