outubro 23, 2008

Escrevedor de Destinos...por Nelson Saúte

Para os amantes da literatura Moçambicana. Saibam que será apresentado hoje 23 de Outubro de 2008, as 18 horas, a obra Escrevedor de Destinos de autoria de Nelson Saúte, na sede da Empresa Portos e Caminhos de Ferro.

Na obra que sai sob a chancela da editora Ndjira, Nelson Saúte explora o género da crónica em forma de carta. É uma singela homenagem de um escritor preocupado com os fazedores do dia-a-dia de Moçambique os seus demónios tutelares), e dos que também influenciam e influenciaram a trajectória política, desportiva, sócio-cultural e até ideológica do País.

outubro 21, 2008

Deodato Siquir em Maputo…(Re) encontro

Deodato Siquir, Foto de Mikkel Heriba

Este extraordinário Baterista, vocalista, compositor e mais, neste momento na diáspora e que nos deslumbra com uma impressionante fusão da Marrabenta com o Jazz, musica latina e outros ritmos, enriquecidos (ou vice-versa) de "líricas" que retratam, na sua maioria, o quotidiano moçambicano, esta em Maputo para Concertos e Workshops de 22 , 23, 24 e 29 de Outubro de 2008.

Hoje, 21de Outubro de .2008 estará na Escola de Comunicação da Universidade Eduardo Mondlane e depois acompanha a agenda da Musica entre Culturas


Sem exagero diria que o …(Re) encontro do Deodato em Maputo será a entrega do bebe que nasceu nas terras frias, refiro me ao seu primeiro CD intitulado BALANÇO, no qual apresenta temas de sua autoria de 2001 a 2007, gravados entre 2006 a 2007 no Ark Studio em Copenhaga, sob cuidados dos engenheiros do som Phong Le e Minh Le, Masterizado por Jan Eliasson e a produção executiva esteve cargo de Deodato e Carolina Vallejo.

Escutando com muita calma e várias repetições nota se que longe de casa, Deodato Siquir mata as saudades cantando a realidade da terra que o viu nascer. Canta a tristeza e alegria numa melodia doce…as rimas dos seus poemas cantados acompanhados com sua banda quer em Maputo ou na Dinamarca alegram a plateia presente assim como a virtual.

Deodato quer estar em contacto permanente com seus fãs razão pela qual sempre que pode coloca suas músicas, vídeos na Internet disposição dos que gostam do seu trabalho, aproximando e revivendo os momentos da sua carreira. Muito se pode escrever sobre este jovem polivalente…mas prefiro que sejamos todos espectadores……



outubro 19, 2008

Samora Machel o Presidente do Povo

Samora Machel, o primeiro presidente de Moçambique independente - de 1975 até a sua drástica morte em 1986. Passam até a data 22 anos. Para relembrar este carismático LÍDER, que dedicou sua vida inteiramente para o desenvolvimento socio-cultural e emancipação do seu povo, e não só, apresento aqui alguns dos seus pensamentos extraídos do livro "A NOSSA LUTA" publicado pela Imprensa Nacional, Maputo, em 1975:


PRODUZIR E APRENDER, APRENDER PARA PRODUZIR E LUTAR MELHOR

Na nossa zona, o trabalho é um acto de libertação, porque o resultado do trabalho beneficia os trabalhadores, serve os interesses dos trabalhadores, isto é, serve para libertar, o homem da fome, da miséria, serve para fazer progredir a luta. Porque na nossa zona abolimos a exploração do homem, porque a produção é propriedade do povo, ela serve o povo. Na nossa zona, porque o nosso combate é para libertar os trabalhadores explorados, é com orgulho que nos vemos as nossas mãos com calos, é com alegria que nos enterramos os nossos pés na terra. O trabalho na nossa zona ajuda-nos a desenvolver a consciência da nossa origem, ajuda-nos a sentirmo-nos orgulhosos da nossa classe, ajuda-nos a liquidar os complexos, que os colonialistas queria impor-nos.

Há companheiros que desprezam o estudo, porque ignoram o seu valor. O estudo e como uma lanterna a noite, mostra-nos o caminho. Trabalhar sem estudar, ‘e andar as escuras, pode-se avançar, e certo, mas grandes são os riscos de tropeçarmos, de nos enganarmo-nos no caminho.

Nos costumamos dizer que apreendemos a guerra na guerra, o que quer dizer, na realidade, que e fazendo a revolução que apreendemos a melhor fazer a revolução, lutando que aprendemos a lutar melhor, e produzindo que aprendemos a melhor produzir. Podemos estudar muito, ler muito, mas para que servirão essas toneladas de conhecimento se não levarmos as massas, se não produzimos? Se alguém guarda sementes de milho na gaveta, será que vai colher maçaroca?

Quando eu Nianja estou a cultivar lado a lado com o Ngoni, estou a suar com ele, com ele a arrancar vida à terra, eu estou a apreender com ele, estou a apreciar o seu suor, estou-me a sentir unido a ele. Quando eu do norte, aprendi com um camarada do sul a fazer horta, e irrigar os tomates vermelhos e carnudos, quando eu do centro aprendi com o camarada do norte a fazer crescer a mandioca que desconhecia, estive-me a unir com esses camaradas, estive a viver, materialmente, a unidade da nossa Pátria, a unidade da nossa classe de trabalhadores. Estive a destruir com ele os preconceitos tribais, religiosos, linguísticos, tudo o que era secundário e nos dividia.Com a planta que cresceu, com suor e inteligência que ambos misturamos à terra, cresceu a unidade.

(in A Nossa Luta, Samora Moisés Machel, Imprensa Nacional, 1975, Maputo, pags 23,24)