novembro 11, 2007

A NOSSA LUTA (cap.1)

A Cidade onde vivo chama-se Maputo. No dia 10 de Novembro comemoramos os 120 anos desta cidade. Musica, feira de livros, gastronomia mascaram as festividades...

Porque não podia sair de casa, achei que devia fazer qualquer coisa, uma vista de olhos a pequena estante de livros,...lembrei que havia adquirido numa das bibliotecas ambulantes a obra A NOSSA LUTA, escrita por Samora Moisés Machel.

Recordei-me também que naquele local onde decorria a festa do dia da cidade, muitas vezes quando membro da Organização de Continuadores de Moçambique, na companhia de colegas de escola ficamos para ouvir e gritar bem alto, a Luta Continua durante os comícios de Samora Moises Machel, onde as escolas primarias estavam sempre presente acompanhado pelos seus professores.

Desta obra, vamos partilhar apenas o resumo de cada “capitulo”.

Cap. 1

PRODUZIR E APRENDER

APRENDER PARA PRODUZIR

E LUTAR MELHOR

  • Na nossa zona, o trabalho é um acto de libertação, porque o resultado do trabalho beneficia os trabalhadores, serve os interesses dos trabalhadores, isto é, serve para libertar, o homem da fome, da miséria, serve para fazer progredir a luta. Porque na nossa zona abolimos a exploração do homem, porque a produção é propriedade do povo, ela serve o povo. Na nossa zona, porque o nosso combate é para libertar os trabalhadores explorados, é com orgulho que nos vemos as nossas mãos com calos, é com alegria que nos enterramos os nossos pés na terra. O trabalho na nossa zona ajuda-nos a desenvolver a consciência da nossa origem, ajuda-nos a sentirmo-nos orgulhosos da nossa classe, ajuda-nos a liquidar os complexos, que os colonialistas queria impor-nos.
  • Ha companheiros que desprezam o estudo, porque ignoram o seu valor. O estudo e como uma lanterna a noite, mostra-nos o caminho. Trabalhar sem estudar, ‘e andar as escuras, pode-se avançar, e certo, mas grandes são os riscos de tropeçarmos, de nos enganarmo-nos no caminho.
  • Nos costumamos dizer que apreendemos a guerra na guerra, o que quer dizer, na realidade, que e fazendo a revolução que apreendemos a melhor fazer a revolução, lutando que aprendemos a lutar melhor, e produzindo que aprendemos a melhor produzir. Podemos estudar muito, ler muito, mas para que servirão essas toneladas de conhecimento se não levarmos as massas, se não produzimos? Se alguém guarda sementes de milho na gaveta, será que vai colher maçaroca?
  • Quando eu nianja estou a cultivar lado a lado com o ngoni, estou a suar com ele, com ele a arrancar vida à terra, eu estou a apreender com ele, estou a apreciar o seu suor, estou-me a sentir unido a ele.Quando eu do norte, aprendi com um camarada do sul a fazer horta, e irrigar os tomates vermelhos e carnudos, quando eu do centro aprendi com o camarada do norte a fazer crescer a mandioca que desconhecia, estive-me a unir com esses camaradas, estive a viver, materialmente, a unidade da nossa Pátria, a unidade da nossa classe de trabalhadores.Estive a destruir com ele os preconceitos tribais, religiosos, lingüísticos, tudo o que era secundário e nos dividia.Com a planta que cresceu, com suor e inteligência que ambos misturamos à terra, cresceu a unidade.
(A Nossa Luta, Samora Moisés Machel, Imprensa Nacional, 1975, Maputo, pags 23,24)

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