dezembro 19, 2007

GLÓRIA A ARÃO LITSURI

NUNCA será redundante falar dos lingotes de ouro. Ou evocar os degraus da escada que nos levará para os arredores do céu. Ou ao céu. Moisés, ao receber a ordem de ir ao Egipto – pela voz de Deus – libertar os filhos de Israel, contrapôs ao Criador do Céu e da Terra dizendo: porquê tenho que ser eu a ir ao Egipto libertar os filhos de Israel? E Deus trovejou: porquê não tens que ser tu a ir ao Egipto libertar os meus filhos?
E Moisés retorquiu: mas eu sou gago. E Deus retornou: quem te deu a gaguez fui eu. Ademais, quem falará – através de ti – quando chegares ao reduto de Faraó, será teu irmão Arão. Agora vá.

Moisés foi – em obediência a Deus - com a sua gaguez e Arão, seu irmão, falou através dele, até ao rebentamento dos ferrolhos e das grades e das grilhetas. Ou seja, Arão Litsuri recebeu a missão importante - ou pelo menos a missão - de libertar os corações com a música. E tem-no feito desde que Deus lhe apôs a voz e a destra nas mãos para tocar a guitarra. Até hoje. Que sua mãe canta através deste que celebrizou Malangavi ya Ndzilo.

Ele convocou para a última quinta-feira no cine-Teatro África, o seu saber e, juntando-se a uma banda de cristais, celebrou o lançamento de duas obras da intelectualidade: nomeadamente o disco “Arão Litsuri: Dez Anos Depois” e o livro “Há Negros na Bíblia?” .

Foi uma cerimónia inédita, que teve também a missão de nos fazer recuar musicalmente para os anos 70/80 quando, ainda jovem, Arão juntava-se a outros da sua geração, como Filipe Comé, Hortêncio Langa, João Cabaço, Abel Chemane, Adérito Gomate e muitas outras figuras daquele tempo. Que se mantêm até hoje.

Texto completo de ALEXANDRE CHAÚQUE ( Jornal Noticias ) veja aqui

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