Exactamente como o título indica, esta exposição define-se pela ocupação temporária de um determinado espaço, ou de um conjunto de espaços, com obras de arte contemporânea.
São espaços não formais ou territórios com vocação de lugares públicos e cuja presença de obras artísticas fará ganhar outro tipo de visibilidade e potenciará como lugares iconográficos e simbólicos na história da cidade de Maputo.
Conceptualmente esta proposta visa permitir uma nova leitura de obras e de espaços. Uma abertura ao olhar do cidadão que é convidado a visitar e a ocupar áreas mais ou menos reservadas, áreas que estão fora do seu roteiro diário de vivência da cidade, apesar de serem locais “conhecidos”. Da mesma forma, pretende-se favorecer o contacto do público com a arte, a arte de artistas moçambicanos no caso, “entidade” tantas vezes mencionada nos discursos diários mas que habitualmente se expõe em locais reservados, “fora de mão”.
As ocupações, propositadamente, optaram por não efectuar alterações do espaço físico onde ocorrem. Não há lugar para o derrube de paredes ou a construção de estruturas. Há contudo a intenção de “perturbar” o espaço público: o espaço público físico através da presença das obras de arte, e o espaço público de opinião e de discussão através das temáticas que cada artista aborda.
A ironia do título da ocupação “Eu quando era o último” de Gonçalo Mabunda mora nos materiais esgotados e rejeitados que o artista ressuscita, regenera e reintegra, exibindo-os num espaço último do Clube Ferroviário, clube de vitórias, onde apenas a condição de ser o vencedor, de ser o primeiro se valoriza.
São espaços não formais ou territórios com vocação de lugares públicos e cuja presença de obras artísticas fará ganhar outro tipo de visibilidade e potenciará como lugares iconográficos e simbólicos na história da cidade de Maputo.
Conceptualmente esta proposta visa permitir uma nova leitura de obras e de espaços. Uma abertura ao olhar do cidadão que é convidado a visitar e a ocupar áreas mais ou menos reservadas, áreas que estão fora do seu roteiro diário de vivência da cidade, apesar de serem locais “conhecidos”. Da mesma forma, pretende-se favorecer o contacto do público com a arte, a arte de artistas moçambicanos no caso, “entidade” tantas vezes mencionada nos discursos diários mas que habitualmente se expõe em locais reservados, “fora de mão”.
As ocupações, propositadamente, optaram por não efectuar alterações do espaço físico onde ocorrem. Não há lugar para o derrube de paredes ou a construção de estruturas. Há contudo a intenção de “perturbar” o espaço público: o espaço público físico através da presença das obras de arte, e o espaço público de opinião e de discussão através das temáticas que cada artista aborda.
A ironia do título da ocupação “Eu quando era o último” de Gonçalo Mabunda mora nos materiais esgotados e rejeitados que o artista ressuscita, regenera e reintegra, exibindo-os num espaço último do Clube Ferroviário, clube de vitórias, onde apenas a condição de ser o vencedor, de ser o primeiro se valoriza.
A banca de Gemuce no Mercado Central tem uma estranha mercadoria. Três peças evocam um “Mercado de prioridades”. Um homem vestido de dinheiro, um porco que carrega todo o consumismo e um frágil peixe de papel colocam as questões do poder, da saúde, da subsistência, da precariedade. Ficam expostas. Como se de um leilão se tratasse. Quem dá mais?
A intervenção de Maimuna Adam remexe com a memória e com as relações que vamos construindo com os locais e com as coisas que manuseamos diariamente. “Papel” é uma instalação vídeo que ocupa a área tecnológica da Minerva Central e é também uma exposição de desenhos da artista espalhados pela centenária livraria da baixa de Maputo.
Bem-vindo/Welcome/Bienvenue, expressão típica da hotelaria, carrega uma demonstração de afecto a quem chega e também o desejo de acolher, de tornar a mais vulgar estadia temporária, num momento tão confortável como se estivesse “em sua casa”. É essa relação, entre o espaço a que se chama casa e a possibilidade de acolher o outro, que Mauro Pinto explora através das fotografias que apresenta no Hotel Escola Andalucia.
Na exposição permanente da Sala Etnografia do Museu de História Natural, encontramos, sem que nos choque, os desenhos de Pinto. Esta “Etnografia Contemporânea” elimina os intervalos do tempo e coloca lado a lado o ancestral e o actual, numa narrativa sem sobressaltos, que nos impele à análise crítica dos nossos gestos quotidianos, como se de antiguidades se tratassem.
“Casa Coimbra” é a crónica de uma morte anunciada. O velho estabelecimento da baixa de Maputo desaparecerá e dará lugar a mais um novo prédio com uma vintena de andares. Ceslestino Mudaulane ocupa uma ruína na Eduardo Mondlane (junto ao Infantário 1º de Maio) e transforma-a numa obra de arte prestes a ser demolida, provocando o debate sobre o património e o urbanismo da cidade.
Seis discursos de seis artistas, escolhendo cada um o sítio mais propício para nos falar do que o perturba mas também do que a sua arte propõe para nos “ocupar”.
Pensada como uma rota pela cidade, numa evocação às rotas do “Chapa”, a exposição contém seis exposições. Pode começar-se por qualquer uma delas, fazer o percurso todo ou apenas parte, dividir em diferentes etapas ou cumprir tudo de uma vez.
A intervenção de Maimuna Adam remexe com a memória e com as relações que vamos construindo com os locais e com as coisas que manuseamos diariamente. “Papel” é uma instalação vídeo que ocupa a área tecnológica da Minerva Central e é também uma exposição de desenhos da artista espalhados pela centenária livraria da baixa de Maputo.
Bem-vindo/Welcome/Bienvenue, expressão típica da hotelaria, carrega uma demonstração de afecto a quem chega e também o desejo de acolher, de tornar a mais vulgar estadia temporária, num momento tão confortável como se estivesse “em sua casa”. É essa relação, entre o espaço a que se chama casa e a possibilidade de acolher o outro, que Mauro Pinto explora através das fotografias que apresenta no Hotel Escola Andalucia.
Na exposição permanente da Sala Etnografia do Museu de História Natural, encontramos, sem que nos choque, os desenhos de Pinto. Esta “Etnografia Contemporânea” elimina os intervalos do tempo e coloca lado a lado o ancestral e o actual, numa narrativa sem sobressaltos, que nos impele à análise crítica dos nossos gestos quotidianos, como se de antiguidades se tratassem.
“Casa Coimbra” é a crónica de uma morte anunciada. O velho estabelecimento da baixa de Maputo desaparecerá e dará lugar a mais um novo prédio com uma vintena de andares. Ceslestino Mudaulane ocupa uma ruína na Eduardo Mondlane (junto ao Infantário 1º de Maio) e transforma-a numa obra de arte prestes a ser demolida, provocando o debate sobre o património e o urbanismo da cidade.
Seis discursos de seis artistas, escolhendo cada um o sítio mais propício para nos falar do que o perturba mas também do que a sua arte propõe para nos “ocupar”.
Pensada como uma rota pela cidade, numa evocação às rotas do “Chapa”, a exposição contém seis exposições. Pode começar-se por qualquer uma delas, fazer o percurso todo ou apenas parte, dividir em diferentes etapas ou cumprir tudo de uma vez.
E. Santos
Maputo, Março 2010
http://ocupacoestemporarias.blogspot.com/
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