Quando se chega tarde, a dificuldade é enorme pois a localização de um lugar ideial se torna difícil. O atrasado só incomoda os que já estão sentados e concentrados, foi o meu caso infelizmente.
Das 16 canções programas para o Mikhamba, o grupo foi obrigado a apresentar a canção Gungunhane, a qual não fazia parte do repertório. Também me juntei a plateia que gritava Gungunhane...Gungunhane...Gungunhane...Gungunhane...felizmente, sem demoras os gestos do maestro Gama deram o sinal para o arranque do cântico.... Gungunhane.
Cânticos espelhando o dia a dia da nossa sociedade, nomeadamente, a importância da chuva, as brincadeiras das crianças, a importância da educação, o casamento, a paz, o amor, as crenças tradicionais, o cantar dos animais (a rã), obedeceram uma coreografia que também serviu para lembrar alguns dados da geometria(?), as linhas paralelas, semi circulos, diagonais, o triângulo.....
Para animar a festa algns amigos do grupo estiveram presentes nomeadamente : a bailarina e coreografa Maria Helena Pinto, Chico António, Stewart Sukuma, Alvim Cossa para juntos florirem o palco numa combinação de Som, luz e movimento.
Chico António, um dos convidados, manteve-se no canto como podemos ver na foto acima, fez o seu pedido a Maria, prometendo que juntos iriam cultivar a mandioca e que a vida iria melhorar, bela composição.
A Stewart, a plateia dividia-se, uns pediam Julieta e outros Felizmina, o artista sorrindo apresentou Tingalava ni matlari ya ndzilo (os barcos e a polvora), uma composição que fala dos efeitos da colonização e da necessidade urgente da reconciliação entre os povos. Porque no seu novo trabalho Stewart faz dueto com Lokua Kanza e este não esteve por perto... Stewart responsabilizou o jovem Naldo para tomar conta da parte que cabe a Lokua Kanza...confesso que não houve decepção, foi lindo ver o Naldo a pegar o microfone, a rimar ao som do dedilhar do Stewart. Numa transmissão em directo para um canal de Rádio, diria eu, que naquele concerto esteve presente Lokua Kanza...(sem exagero)
A plateia estava preocupada com a ausência do maestro Câdindo e outros elementos do grupo...cada um fazia a sua interpretação, só ficou clarificada quando o apresentador (Osvaldo) disse que Gama era o maestro daquela noite...
No fim do concerto, Renato, representante da produtora Artegosto disse ter feito o minimo, mas os abraços de parabens não terminavam. Peguntei se adorou o comportamento da plateia, disse que não há razões de queixas e que o barrulho faz parte de animação em africa, claro que concertos do genero requere silêncio, mas acredita que as coisas estão a mudar paulatinamente.
Eu também adorei o comportamento da plateia, mas não deixaria de lamentar a atitude de alguns que do o início ao fim do concerto apenas gritavam sem necessidade, tirando a concetração de alguns convidados. Uns tiveram a gentileza de pedir que os respectivas pessoas pudessem criar um momento de pausa para uma melhor concetração e percepção dos cânticos...infelizmente nada, como resposta do barrulho desorganizado era pagamos bilhete.
1 comentário:
Hello! Ta nice esse seu blog...contém muita informação sobre a nossa cultura...bem moçambicana...
Abraços
Cândido Xerinda
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