Aquela noite não dá para esquecer, murmurava eu arredores do café Bar Gil Vicente, a caminho de casa, após uma longa jornada de copos e música.
Testado o público, Chico tinha uma missão, justificação antecipada da sua ausência de Moçambique, uma breve demonstração do que preparou para França e um teste final para os fãs muito em particular ao doador, ali representado pelo director do Centro Cultural Franco Moçambicano, Jean Michel Champault, um apaixonado pelo movimento cultural Moçambicano.
A plateia era habitual, malta das artes e letras e dos copos, claro. Bebiam-se a contar com os bolsos, mas bebiam a música sem contar com o cansaço do artista. bís,bís,bís...Um coro nalgumas vezes organizado, noutras desorganizado acompanhávamos a banda constituída por Chico na guitarra acústica e voz, Carlos Gove no baixo, Stélio na bateria, Jorge Domingos na guitarra solo. O público marcou falta vermelha ao Rufas Maculuve, pois esteve ausente, nem o seu teclado deixou ali para disfarçar...
Para fechar a lacuna da ausência do Rufas, Chico em jeito de provocação chamou o Jorge Domingo, este que mostrou que filho de peixe sabe nadar, ali a conversa era acústico e solo, duas linguagens simples de perceber para um ouvido apurado, era uma guerra de melodias, harmonia, num duplo dedilhar com uma só mensagem, agradar a alma...na plateia, murmuravam: - estes gajos tocam...
Definitivamente a noite dormia...acordava assim a madrugada, os amantes das artes e letras iam chegando, Chico também atento a plateia saudava os que conseguia reconhecer, uns gritavam para se evidenciar...outros pediam temas do seu gosto, Chico seguia o repertório combinado com a banda, se É QUE tinham mesmo combinado....
Chico deixou de dedilhar, colaborou com o improviso do Filimone Meigos. Um dia memorável, acredito que a obra de arte é aquela que não se repete...neste estilo, no mesmo local, a mesma hora e a mesma velocidade...duvido.
Estava bom demais, até porque comemoravamos o dia da vitoria, 7 de setembro, em plena madrugada de 8 do mesmo mês... Entre os assistentes também estava José Mucavel, este, sem autorização se fez ao palco...puxou o microfone, entrou na onda da banda e cantou Nkululeko...linda interpretação num dia de festa...com esta composição atravessávamos rios espiritualmente...
Espectáculo lindo, porém vai um reparo para a produção, 22.30 hora agendada para o espectáculo, mas teve seu inicio a 00.00h, assim não dá...ausência de elementos da banda sem justificação ao público também não joga.
Os ponteiros giravam e indicavam 03:00 horas. A sala estava vazia e palco se despedia do público...venham sempre...
5 comentários:
Obrigada por passares do meu blog.
Espero que nao te incomodes se de vez enquando fizer o mesmo.
Ja agora adoro o Gil Vicente Bar tem um ambiente fantastico.:)
o meu obrigado também por perderes minutos no meu blog. Bem vindo.
Qual ao Gil tb adoro,as 4 feiras são que prefiro ver o João Paulo acompanhada pela Rodália. Mas tens várias opções. Menos 2ª Feira não há nada.....
Um abraço
Mãos.
Que reportagem! Fizeste nose star no Gil, sem estar lá!
Ohhhh, Meigo-ooooos!O poli-valente.
Abraço
Kanimambo Patricio Langa.
Tentei retratar o que vi naquela noite naquele espaço que tem acolhido sem custos as ideias dos jovens local.
Meigos - Polivalente de verdade.Podes convidar pra uns toques da Guitarra e um cheirinho da sua voz, não vais te arrepender, só não sei se te vai cobrar o Cache ou não...
Mais uma vez obrigada pela suas palavras.
Abraço
Alô!Posso confirmar que o Chico Antonio continua a encantar o publico francês, com a sua boa musica de fusion...pois tive a oportunidade de assister o Show do dia 21 de outubro em Lavillete (Paris)...
Enviar um comentário