janeiro 18, 2008

MAESTRO JUSTINO CHEMANE RECORDADO NO CINE-ÁFRICA

ASSINALA-SE amanhã (19/01/08) o quarto aniversário do desaparecimento físico do maestro Justino Chemane. Com efeito, o Cine-África vai acolher amanhã uma cerimónia de exaltação da vida e obra daquele que é tido como o maior maestro de todos os tempos na História de Moçambique. E o momento mais alto deste acto, com entradas gratuitas e início agendado para as 17.00 horas, será o lançamento do CD “Homenagem ao Maestro Justino Chemane”. Mas também foram convidados vários grupos de canto coral moçambicanos, grande parte dos quais aprenderam os dotes do canto com o maestro.

Grupo de Canto e Dança Khanimambo, Grupo Coral os Anjos, África Voice, Amogospel são alguns dos que marcarão presença no palco do Cine-África.

Entretanto, ainda amanhã haverá uma cerimónia de deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis, a partir das 8.00 horas, local onde repousam os seus restos mortais.
Como homem de cultura, Justino Chemane foi o compositor do primeiro Hino Nacional “Viva, Viva a Frelimo”, que vigorou durante 27 anos no país, e participou na elaboração do mais recente, “Pátria Amada”.

Cândida Mata, directora nacional adjunta da Cultura, disse ao nosso Jornal que o repertório musical do maestro Justino Chemane é suficiente para produzir mais de cinco discos, mas para começar será lançado apenas um.

Nascido em 1923, em Chidenguele, na província de Gaza, Justino Sigaúle Chemane perdeu a vida a 19 de Janeiro de 2004, vítima de paragem cardíaca a caminho do Hospital Central de Maputo. Na altura da sua morte o maestro encontrava-se a recuperar de uma fractura no pé esquerdo depois de ter ficado hospitalizado durante cerca de dois meses no Hospital Central de Maputo após um atropelamento por uma viatura de transporte semicolectivo de passageiros na cidade de Maputo.

Justino Chemane era funcionário do Ministério da Cultura e em 2003 venceu um concurso para a criação do hino da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Após a sua morte foi decretado luto nacional e a Bandeira hasteada à meia haste. Depois de elevado ao estatuto de Herói Nacional, os seus restos mortais foram depositados na cripta consagrada aos heróis moçambicanos, em Maputo.

As suas canções sempre foram um instrumento importante na exortação para os moçambicanos se erguerem com orgulho e cumprirem as tarefas que se impõem ao seu desenvolvimento, e para que, unidos, escutando a voz dos seus heróis, que por si deram as suas vidas, levantassem bem alto o seu país, empenhando-se nas tarefas que sublinhavam o facto de os donos de Moçambique serem os próprios moçambicanos.

O seu nome foi atribuído a uma das ruas na capital moçambicana, após aprovação de uma proposta apresentada nesse sentido pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo.

janeiro 16, 2008

MORREU JORNALISTA SAIDE OMAR

O JORNALISMO moçambicano está de luto. Morreu na manhã de ontem, ( 15/01/2008) vítima de doença, Saíde Omar, veterano repórter da Rádio Moçambique, que ao longo da sua carreira de três décadas se notabilizou na área do desporto, em particular do futebol.
Saíde Omar, que morreu aos 49 anos de idade, ingressou na Rádio Moçambique em 1976, como locutor estagiário. Em 1999 viria a atingir a categoria de editor, o topo da carreira, tendo assumido as funções de chefe da Redacção Desportiva entre 1997 e 2001.

A sua paixão pelo futebol levou-o a que, durante três anos consecutivos (1999, 2000 e 2001) fosse eleito melhor jornalista desportivo radiofónico da Taça Castle/Cosafa.

Pelo desempenho profissional demonstrado durante a sua carreira, Saíde Omar foi louvado pelo Conselho de Administração da Rádio de Moçambique, em 1999 e 2000.
Foto e Texto: Jornal Noticias

janeiro 15, 2008

AMOR DE ZINCO 7


A água desce
cresce
aos poucos levanta
entra
dentro do ventre
entre
as paredes do útero:
outro
dévio da vida,
ainda
desce percorre
corre.
Devagar o óvulo
tolo
engrandece o ventre
adere
ao convívio da célula
que pula
e junto da água
desagua
do ventre outro espaço
possesso,
ouve-se eclampse
é outra narrativa que se
aborta.

In jorge matine, "Abutres de Amor" ( Ed. Moura pinto, porto, 1999)